sexta-feira, março 08, 2013

Marchando ao Ruído da Indústria

A maquinaria barulhenta perturba
Produção massiva sem emoção alguma,
Iludindo vulgo à espera que o consuma
Manipuladora publicidade deveras absurda
Exalta o gasto e a felicidade material,
Engana vorazmente uma massa humana abissal;

Itens imensos cuspidos mecanicamente
Graça da doentia maquinofactura,
Velocidade nauseante induz à loucura
Gerando gás e fumo poluindo incessantemente
Lucro vale a destruição do planeta,
Prostituindo ruína corporação proxeneta;

Mecânica que quase parece intermitente
Mas não é só máquina é também o Homem a sofrer,
Chicoteado no atalho do acto de sobreviver
Direitos Humanos, uma ilusão iminente
Que até a sobrevivência tem de ser merecida,
População faminta rasteja, a inópia é encarecida;

Fastio de observar a máquina a vapor
Automação, programação, lavagem cerebral,
Ossos são os braços da locomotiva do mal
Músculos são força de um frívolo motor,
Metrópole de almas vazias e indiferentes
Manejam a máquina que mutila o aço,
E mutila a esperança de jamais vivermos carentes
De uma utopia dissipada que só em sonhos abraço...
Escutando profecias de inverosímil progresso
Momentaneamente voo mas logo regresso...

Infelizmente regresso
Marchando ao som da Indústria,
Encadeado pelo metal
Nauseado pelos gases,
Enojado pelos óleos
Numa depressão mecânica...

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