Rastejo a alma num corpo firme
Faço luto à passada sangrenta
Da hora de me conformar e ir-me
Refugiar no círculo que não rebenta
Sempre odiei círculos que simbolizam
A monotonia de escovar no quotidiano
O ridículo modo de vida que idealizam
Hábitos, vícios e cinismo profano
Tão podre, repugnante e imundo
O círculo que insistimos em desenhar
Aniquilando este planeta moribundo
E a nós mesmos inconscientes a flutuar
A flutuar na ilusão da estupidez
Mas que culpa tem quem nunca pôde pensar
Sempre demasiado ocupado vez após vez
Com a noção de valor por organizar
Um círculo não tem início nem fim
Como a vida que muitos insistem em escolher
Pois nunca sabem que já se perderam no jardim
Mais mórbido e funesto que irão conhecer
Fortuna, prazer, fama a qualquer custo
Euforia através de auto-mutilação
Uma sorte de acordar com o magno susto
Quebrar o círculo do ouro e encontrar paixão
Estilhaça o teu inferno
O círculo não tem de ser eterno
Lírica vermelha, social, conflituosa, introspectiva, preocupada, livre, patriótica, agressiva, gritada, dolorosa e apaixonadamente manufacturada.
sábado, agosto 25, 2012
quarta-feira, agosto 15, 2012
Último Fôlego
Esta noite eu lamento
O meu infortúnio sem fim
O sistema vil e lento
De morrer miserável assim
No pânico de cada fôlego
Na hipótese de ser o último
A extinção do meu fogo
Sem um momento legítimo
O medo mais primitivo
Que alguns acalmam na estupefaciência
Fé, um opiácio putrefactivo
Uma última falsa esperança da nossa existência
Espero a vida que se revolva num círculo
O desejo inegável da imortalidade
Viro corpo à luz do espectáculo
O teu sorriso que me enche de felicidade
Um alimento imortal da alma
Uma melodia de cristais tão calma
E no fim morrer ao teu lado
Para a minha vida ter significado
Merecer um beijo teu
Na pele fria do meu corpo que morreu
E espero encontrar-te noutra vida
O meu infortúnio sem fim
O sistema vil e lento
De morrer miserável assim
No pânico de cada fôlego
Na hipótese de ser o último
A extinção do meu fogo
Sem um momento legítimo
O medo mais primitivo
Que alguns acalmam na estupefaciência
Fé, um opiácio putrefactivo
Uma última falsa esperança da nossa existência
Espero a vida que se revolva num círculo
O desejo inegável da imortalidade
Viro corpo à luz do espectáculo
O teu sorriso que me enche de felicidade
Um alimento imortal da alma
Uma melodia de cristais tão calma
E no fim morrer ao teu lado
Para a minha vida ter significado
Merecer um beijo teu
Na pele fria do meu corpo que morreu
E espero encontrar-te noutra vida
domingo, agosto 05, 2012
Desilusões, frustrações, raiva, desgostos, interesses, e esperar que o Sol nasça outra vez...
A chama voava sobre a epiderme
Mas o coração falha agora os batimentos,
Reduzido a futura casa de verme
Odeio estes tenebrosos ornamentos,
Era uma pauta cheia de luz e vida
Agora genérica e sem nada a exprimir,
Um fustigar de emoção violada e despida
Pela desilusão de te ter visto, há tanto, partir,
Um pulsar de raiva e de frustração
A esperança esquartejada sem piedade,
Preso num quasar de pesadelos em vão
Já nada aprendo com eles, passa a idade,
Tanto egoísmo e tantos interesses
Pois com eles podem bem ir-se foder,
É tanto o desgosto, se tu um pouco soubesses...
Salto a pulsação porque isto nem é viver...
Sou uma cria da desilusão
Mas agora eu sei,
As qualidades e a dimensão
Desta raiva e dor que criei,
E já não posso evitar
Deixo o frio me congelar
Até o teu fogo me apanhar
Sempre cuspi e ainda cuspo no pecado
Resta-me esperar pelo meu nascer do Sol
Contigo ao meu lado...
Porque sem ti... O meu mundo não tem estrela que o ilumine...
E SINTO A MINHA GARGANTA ROUCA EM CHAMAS A RASGAR
QUANDO GRITO: "QUANDO É QUE ESTA MERDA VAI ACABAR?"
Mas o coração falha agora os batimentos,
Reduzido a futura casa de verme
Odeio estes tenebrosos ornamentos,
Era uma pauta cheia de luz e vida
Agora genérica e sem nada a exprimir,
Um fustigar de emoção violada e despida
Pela desilusão de te ter visto, há tanto, partir,
Um pulsar de raiva e de frustração
A esperança esquartejada sem piedade,
Preso num quasar de pesadelos em vão
Já nada aprendo com eles, passa a idade,
Tanto egoísmo e tantos interesses
Pois com eles podem bem ir-se foder,
É tanto o desgosto, se tu um pouco soubesses...
Salto a pulsação porque isto nem é viver...
Sou uma cria da desilusão
Mas agora eu sei,
As qualidades e a dimensão
Desta raiva e dor que criei,
E já não posso evitar
Deixo o frio me congelar
Até o teu fogo me apanhar
Sempre cuspi e ainda cuspo no pecado
Resta-me esperar pelo meu nascer do Sol
Contigo ao meu lado...
Porque sem ti... O meu mundo não tem estrela que o ilumine...
E SINTO A MINHA GARGANTA ROUCA EM CHAMAS A RASGAR
QUANDO GRITO: "QUANDO É QUE ESTA MERDA VAI ACABAR?"
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