Rastejo a alma num corpo firme
Faço luto à passada sangrenta
Da hora de me conformar e ir-me
Refugiar no círculo que não rebenta
Sempre odiei círculos que simbolizam
A monotonia de escovar no quotidiano
O ridículo modo de vida que idealizam
Hábitos, vícios e cinismo profano
Tão podre, repugnante e imundo
O círculo que insistimos em desenhar
Aniquilando este planeta moribundo
E a nós mesmos inconscientes a flutuar
A flutuar na ilusão da estupidez
Mas que culpa tem quem nunca pôde pensar
Sempre demasiado ocupado vez após vez
Com a noção de valor por organizar
Um círculo não tem início nem fim
Como a vida que muitos insistem em escolher
Pois nunca sabem que já se perderam no jardim
Mais mórbido e funesto que irão conhecer
Fortuna, prazer, fama a qualquer custo
Euforia através de auto-mutilação
Uma sorte de acordar com o magno susto
Quebrar o círculo do ouro e encontrar paixão
Estilhaça o teu inferno
O círculo não tem de ser eterno
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