Sentado na poltrona do passado
Confortável na doçura do recordar
Memórias de um mundo afastado
Que tanta injustiça faz esperar
Sinto que caminho o bosque de gelo
Até ao seu âmago, o zero absoluto
Avanço inevitavelmente sem temê-lo
Mas triste com atitude de luto
Sem luz, sem energia, profundamente
Gélido, pálido, insensível
O quarto mórbido do que é tão demente
Um romance, uma paixão incompreensível
E no tremer insuportável de estar aqui
Sem definhar só sinto saudade e paixão
Tão forte esse encanto que vem de ti
Que no zero absoluto ainda me aquece o coração
E um dia ainda vou estar quente e bem vivo
Depois de atravessar este oceano de tristeza
Este bosque de um sofrimento tão agressivo
E encontrar os teus braços para deleitar-me na existência
Sentir o teu calor a eliminar cada pedaço de gelo em mim
Cumprir todas as promessas e desejos que não são possíveis sem ti
Até já, meu doce
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