terça-feira, setembro 21, 2010

Our homes burning down
The sky turning red
The fall of an utopic crown
Our fellows falling dead

Crucis

Crucis

Crucis feitiço de morte
Filha da cruz gótica
Poderosa e forte
Melódica e erótica

O seu compasso
É fruto do meu fétiche inconstante
Gritando da firmeza do aço
Brutal e sonoramente flamejante

Crucis meu amor meu sonho
Que dormes num caixão
Aquilo que sinto em ti componho
Como uma oração

És quem me tira esta corda
Que enrolo no meu pescoço
Abrindo-me caminho para uma horda
De onde maravilhas em conversas de anjos ouço

E no florescer de açucenas negras
Na acrópole de um jardim
Desces tu de uma cruz e me alegras
Prometendo caminhar a meu lado até ao fim...

segunda-feira, setembro 06, 2010

A Revolta da Natureza Parte 1: A queda do apogeu natural

A Revolta da Natureza Parte 1: A queda do apogeu natural

Oiço a melodia das folhas
Num moderado compasso musical
Em que o vento é maestro
Num belo cenário outonal

Oiço a vinda de uma alcateia
Que corre esfomeada latindo
Para ter forças para uivar à lua cheia
No dia em que o luar for mais lindo

Oiço a maquinaria derrubando árvores
Egoísta e execrável
Ignorando as consequências futuras
Só querendo saber do seu império impenetrável

Oiço descarregamentos de líquidos nocivos
Onde trutas graciosamente nadam
Onde outrora muitos foram beber
E cuja margem era onde casais apaixonados se encontravam

E oiço hoje os lobos de novo
Num latido agora de sofrimento
Correndo procurando o que não conseguem encontrar
Uma pequena porção de alimento...

E caminhando num cenário de desastre
Encontro cadáveres de animais que sucumbiram
Sucumbiram à fome e à sede
Devido à crueldade que os humanos no seu habitat impingiram

Momento de fraqueza 1

Momento de fraqueza 1

Passo a passo
Vejo mais perto ainda
Os barrotes de aço
Que constituem o portal que este mundo de sonho finda

Caminho sem vontade para o já conhecido
E por o conhecer tão bem
Quem me dera que já tivesse sido esquecido
Um vazio fútil com o qual pareço não conseguir passar sem

E com as portas abertas para felicidade
Questiono porque tal conquista
Remete àquilo que chamo futilidade
E mais uma vez olho para trás para afagar a vista

O cenário é tão melhor
Mas não passa de um sonho
E oiço gritos de almas perdidas no pior
A insanidade de nunca ter um dia realmente risonho

E não é divindade que me salvará
E sei que também não é o orgulho
Mas não passarei para o lado de lá
Onde vejo futilidade num enorme entulho

Vou manter-me aqui a gritar ódio, calado
A destruir o mundo, quieto e sentado
A obter satisfação
Do modo mais depravado, nos confins da imaginação

Só quero passear nestas trevas sem fim
Com algum apoio mental físico
Que molde da melhor maneira possível
Este vazio que preenche o meu peito

Um beco sem saída à minha frente
E uma utopia vazia atrás de mim
Haverá caminho para algum lado
Ou o único caminho é adiantar o fim
Fazer da próxima e último estação
2 metros abaixo do chão