Fruta verde mas já obliterada
Exibindo uma ilusória doçura prematura,
Desilude-se numa peripécia encantadora mas errada
Uma dentada que num momento de loucura,
Foi sentimento sim, mas de pouca dura,
Sentiu-se tão deliciosa e desejada
Acariciando o paladar de cães esfomeados
Que num mundo grotesco se vêm atiçados
Ao ver brilhante fruta insípida
Ou tal conseguido de modo industrial,
E para fugir à inscrição na mais nefasta lápida
Num mundo corrompido seguem a avenida do mal,
Confundidos pelo sofisticado e causando confusão
Julgando ter encontrado o alimento de uma vida,
Ambrósia, que ela própria procura ser bebida,
Mas desprezada pela sua imaturidade encontra a desilusão
Julgando ter encontrado o semi-deus mais perfeito
Encontra antes o seu infortúnio e em toda a sua raça vê defeito
E ainda que a dentada dos cães lhe seja venenosa
O vício faz-lhe puta numa sociedade tenebrosa.
Sem comentários:
Enviar um comentário