quinta-feira, novembro 04, 2010

Aversão de existir

Aversão de existir

E aumenta de volume o eco da depressão
E dói fortemente cada batimento do coração
Uma lágrima é derramada a cada verso
Tão intensamente como o fim do Universo

E sempre que se inspira para sobreviver
É questionado o porquê de o continuar a fazer
Porque simplesmente não se cessa o respirar
Para abandonar este Universo inútil como amar

E o astro gigante que me ilumina a cada dia
Há-de rebentar o sábio moderno assim dizia
E a confusão do nada durará para a eternidade
De que vale o esforço pela conquista de felicidade

E daqui uns minutos ou daqui uns dias indetermináveis
Enfrentarei tristes cenários de perca inevitáveis
Pessoas de minha estima que lutaram pela felicidade
Talvez a tenham encontrado ou ficado pela metade

Ou talvez parta primeiro, o tecto poderá colapsar
Ou iremos todos de uma vez, uma partida que o Universo tenha por executar
Sei que não acabo vivo, duvido que vá para mais algum lado
Onde estou gosto pouco do que vejo, o que quero aqui faz de mim odiado

A existência é simplesmente inútil
Viver ou não viver é fútil
Que há para lá de não existir?
Ninguém vai descobrir...

Viver tudo até ao fim, e até ao fim de tudo
Um desejo impossível, mas um desejo contudo
Pelo menos tenho comigo, esta pequena parte de Universo
Para contemplar e me inspirar, a escrever mais um verso

E com versos uma quadra:

"Sombra das árvores e fresco de Inverno!
Abstracção desde ignóbil Inferno...
Louco atraído pela beleza?
Derradeira e inquestionável certeza!"

Mas o que é a beleza?

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