Sismo de Honra
Venho descendo cansado do alto monte
Em anos gastos escravizado me libertei
Que me valeu isso deixa que te conte
Morte ceifou-me, na rebelião me queimei
O conde de ouro é dono da propriedade
Pegou-a com as suas mãos e abanou-a
Sou nada, um caco de desprezável humildade
Com caos a minha existência, encantou-a
Fraco, a terra racha-se nos meus pés
Uma garganta fraca que falou alto
Purgo a dita insolência, perdi as fés
À espera de cair num involuntário salto
O meu corpo impotente voa com o tremer
O monte atira-me violentamente para o sopé
Sinto a velocidade de eu, que sou nada, crescer
Sinto o sabor da terra e do sangue até
Lembro o primeiro osso rachar e mesmo a dor
Depois morro um nada como nada que fui e vivi
Não sintam pena de mim ou sequer algum horror
Porque foi por ser um péssimo nada que eu tragicamente morri
Lírica vermelha, social, conflituosa, introspectiva, preocupada, livre, patriótica, agressiva, gritada, dolorosa e apaixonadamente manufacturada.
segunda-feira, março 19, 2012
sábado, março 10, 2012
Recebe aquela que segura a espada
Recebe aquela que segura a espada
Não deixes que o escudo te proteja
Da espada que vem cheia de paixão
Que penetre em ti onde quer que seja
A magia chegará sempre ao teu coração
Deixa-te dominar por essa coisa mais pura
A espada trespassa-te mas não há qualquer dor
Se ela em vier em verdade descansa que dura
É a felicidade proveniente do amor
Agora deixa que ela caminhe na tua direcção
Recebe-a nos teus braços e deixa-te possuir
Beija-a, acarinha-a, abre o teu coração
Levanta agora o escudo, que nada vos possa destruir
No meio do caos, que a paixão não morra
Não deixes que o escudo te proteja
Da espada que vem cheia de paixão
Que penetre em ti onde quer que seja
A magia chegará sempre ao teu coração
Deixa-te dominar por essa coisa mais pura
A espada trespassa-te mas não há qualquer dor
Se ela em vier em verdade descansa que dura
É a felicidade proveniente do amor
Agora deixa que ela caminhe na tua direcção
Recebe-a nos teus braços e deixa-te possuir
Beija-a, acarinha-a, abre o teu coração
Levanta agora o escudo, que nada vos possa destruir
No meio do caos, que a paixão não morra
sexta-feira, março 02, 2012
A Verdade
A Verdade
Eles vêm em bandos de uma cripta
Com a sua aparência angelical, formal e aterradora
Eles são uma horda sempre invicta
Deste circuito de almas processadora
A alma que foi um termo introduzido
Por essa espécie isenta de emoção
À salvação dela somos induzidos
Mas nesse caminho encontramos a perdição
Quem não se dirige para essa perdição
É conduzido para o lado oposto da estrada
Em ambas as bermas a palavra compaixão
Provém de um língua morta ainda não decifrada
Solução fácil, colocar-se no meio
Mas é na estrada que passa o tráfico
Ama, sê feliz, não tenhas receio
Só um carro que te faça óbito em termo demográfico
O rosto dessa horda de criaturas é humano
A expressão é desumanamente fria
E todos agem de acordo com o plano
Onde consta também como nos aniquilaria
E são mestres musicais que uma crise compuseram
Abandonam as criptas voando pálidos sem expressão
E uma mensagem de miséria com eles trouxeram
Ordenando a nossa dolorosa e lenta execução
Quem nunca soube o que é perder
Provará isso mesmo o quanto antes
Perder-se à si mesmo com muito sofrer
Perante tais criaturas possantes
O porquê ninguém se digna a perguntar
E quem perguntasse não tem como obter resposta
Nem tem poder para a poder procurar
E se a encontrasse, do que vê não gosta
E no fundo são ornamentos essenciais
A procura por algo doce para a mente
Uma maneira de escapar a estes festivais
De carnificina lenta, mas só ilusoriamente
Um banho de luxo no sangue da nação
A fome e loucura é tanta, canibalismo
Já nem sentem dor, já estão sem coração
E as criaturas odiáveis observam o cataclismo
A pergunta do porquê não me larga
Iludem com aparência de anjo mas a mente é psicopata
E em anos de procura encontrei uma resposta amarga
Passo a revelar: Há anos que...
E oiço o som do meu próprio corpo a cair ao chão...
Eles vêm em bandos de uma cripta
Com a sua aparência angelical, formal e aterradora
Eles são uma horda sempre invicta
Deste circuito de almas processadora
A alma que foi um termo introduzido
Por essa espécie isenta de emoção
À salvação dela somos induzidos
Mas nesse caminho encontramos a perdição
Quem não se dirige para essa perdição
É conduzido para o lado oposto da estrada
Em ambas as bermas a palavra compaixão
Provém de um língua morta ainda não decifrada
Solução fácil, colocar-se no meio
Mas é na estrada que passa o tráfico
Ama, sê feliz, não tenhas receio
Só um carro que te faça óbito em termo demográfico
O rosto dessa horda de criaturas é humano
A expressão é desumanamente fria
E todos agem de acordo com o plano
Onde consta também como nos aniquilaria
E são mestres musicais que uma crise compuseram
Abandonam as criptas voando pálidos sem expressão
E uma mensagem de miséria com eles trouxeram
Ordenando a nossa dolorosa e lenta execução
Quem nunca soube o que é perder
Provará isso mesmo o quanto antes
Perder-se à si mesmo com muito sofrer
Perante tais criaturas possantes
O porquê ninguém se digna a perguntar
E quem perguntasse não tem como obter resposta
Nem tem poder para a poder procurar
E se a encontrasse, do que vê não gosta
E no fundo são ornamentos essenciais
A procura por algo doce para a mente
Uma maneira de escapar a estes festivais
De carnificina lenta, mas só ilusoriamente
Um banho de luxo no sangue da nação
A fome e loucura é tanta, canibalismo
Já nem sentem dor, já estão sem coração
E as criaturas odiáveis observam o cataclismo
A pergunta do porquê não me larga
Iludem com aparência de anjo mas a mente é psicopata
E em anos de procura encontrei uma resposta amarga
Passo a revelar: Há anos que...
E oiço o som do meu próprio corpo a cair ao chão...
quinta-feira, fevereiro 23, 2012
O Polvo
O Polvo
8 tentáculos colossais fazem a besta
As ventosas sugam-nos na inconsciência
Conta o ancião como era pequeno numa cesta
Hoje nos destrói colocando-nos numa incoerência
Sociedade cancerígena portadora de deficiência
Uma incoerência que não nos parece tão grave
Devido às bojardas de entretenimento hipnotizante
Para nosso adormecimento elas são a chave
E esse é só um dos tentáculos, e já é bastante
Alguns dormem por pouco, mas são sonâmbulos nunca obstante
O segundo tentáculo nos sufoca com divisão
Somos todos diferentes, mas somos todos iguais
Depois da diferença perco a compreensão
Dever ainda é conjugado no imperativo aos demais
E conjugador porque ao nosso nível não cais?
O terceiro tentáculo é não mais que um chicote
Que nos obriga a servir nos encantos da liberdade
A liberdade é um museu, uma mulher com grande decote
Para onde todos olham, mas a inexistência de vontade
Marca a diferença entre o necessário e a sensualidade
O quarto tentáculo é o braço de Deus
Que com a sua mão poderosa nos aperta e nos sufoca
A pregação de compaixão e entreajuda, pondo de parte ateus
É gritada da mais cheia mina de ouro, e é aí que choca
A casa de putas que é o vaticano, que nos dá em troca?
(tirando palavras de amor, que mais criaram do que sararam dor)
Porque todos estão mais preocupados em encontrar a salvação
Do que encher da mais pura e imaterial riqueza o seu coração
E aí o quinto tentáculo me deixa sem respirar
A crise moral que é só mais um elemento da destruição
Ou se esfregam no varão do hedonismo para se libertar
Ou condenam tudo o que desbanaliza a vida sem emoção
Um abuso dá origem a outro e perde-se a louvada razão
E o sexto tentáculo como um persa lânguido relaxa
Estamos tão habituados a auto-proclamar-nos racionais
Que por vezes esquecemo-nos de o ser e a relíquia se racha
E dessa racha saí uma gota e outra, e de novo somos iguais
Estado natural da criatura, seres humanos e animais
(E aí aplicas a gota de cola para a relíquia susteres
E dás conta que somos inferiores ao outros seres)
Ou pelo menos é o que damos por vezes a entender
O sétimo tentáculo é o exército de fato e gravata
Com essas batinas dizem fazer o melhor por nós
Fazem-nos parecer que a sua vida é bastante chata
Para nos afastarmos do seu jogo de dominío atroz
Apelam liberdade e igualdade, como ginástica de voz
São os maestros que as mais belas peças de crise orquestram
Com legatos de ameaça e com staccatos de obrigações nos empestam
Ao oitavo sinto menos vontade de escrever
As ventosas sugam a paciência e paixão
O valor e gosto substituí-se por efémero prazer
A cultura é instantânea e de fácil apreciação
A cultura não é cultura é apodrecimento da multidão
E tantos polvos há, como tantas estrelas há no céu
Segue o teu coração, não o fazer é uma absurdidade
Procura a tua estrela, não o fazer é vestires um véu
Despe-o, olha para a estrela, ama-a, encontra a felicidade!
Antes que o polvo mutile os teus sonhos
Mutila os seus tentáculos
8 tentáculos colossais fazem a besta
As ventosas sugam-nos na inconsciência
Conta o ancião como era pequeno numa cesta
Hoje nos destrói colocando-nos numa incoerência
Sociedade cancerígena portadora de deficiência
Uma incoerência que não nos parece tão grave
Devido às bojardas de entretenimento hipnotizante
Para nosso adormecimento elas são a chave
E esse é só um dos tentáculos, e já é bastante
Alguns dormem por pouco, mas são sonâmbulos nunca obstante
O segundo tentáculo nos sufoca com divisão
Somos todos diferentes, mas somos todos iguais
Depois da diferença perco a compreensão
Dever ainda é conjugado no imperativo aos demais
E conjugador porque ao nosso nível não cais?
O terceiro tentáculo é não mais que um chicote
Que nos obriga a servir nos encantos da liberdade
A liberdade é um museu, uma mulher com grande decote
Para onde todos olham, mas a inexistência de vontade
Marca a diferença entre o necessário e a sensualidade
O quarto tentáculo é o braço de Deus
Que com a sua mão poderosa nos aperta e nos sufoca
A pregação de compaixão e entreajuda, pondo de parte ateus
É gritada da mais cheia mina de ouro, e é aí que choca
A casa de putas que é o vaticano, que nos dá em troca?
(tirando palavras de amor, que mais criaram do que sararam dor)
Porque todos estão mais preocupados em encontrar a salvação
Do que encher da mais pura e imaterial riqueza o seu coração
E aí o quinto tentáculo me deixa sem respirar
A crise moral que é só mais um elemento da destruição
Ou se esfregam no varão do hedonismo para se libertar
Ou condenam tudo o que desbanaliza a vida sem emoção
Um abuso dá origem a outro e perde-se a louvada razão
E o sexto tentáculo como um persa lânguido relaxa
Estamos tão habituados a auto-proclamar-nos racionais
Que por vezes esquecemo-nos de o ser e a relíquia se racha
E dessa racha saí uma gota e outra, e de novo somos iguais
Estado natural da criatura, seres humanos e animais
(E aí aplicas a gota de cola para a relíquia susteres
E dás conta que somos inferiores ao outros seres)
Ou pelo menos é o que damos por vezes a entender
O sétimo tentáculo é o exército de fato e gravata
Com essas batinas dizem fazer o melhor por nós
Fazem-nos parecer que a sua vida é bastante chata
Para nos afastarmos do seu jogo de dominío atroz
Apelam liberdade e igualdade, como ginástica de voz
São os maestros que as mais belas peças de crise orquestram
Com legatos de ameaça e com staccatos de obrigações nos empestam
Ao oitavo sinto menos vontade de escrever
As ventosas sugam a paciência e paixão
O valor e gosto substituí-se por efémero prazer
A cultura é instantânea e de fácil apreciação
A cultura não é cultura é apodrecimento da multidão
E tantos polvos há, como tantas estrelas há no céu
Segue o teu coração, não o fazer é uma absurdidade
Procura a tua estrela, não o fazer é vestires um véu
Despe-o, olha para a estrela, ama-a, encontra a felicidade!
Antes que o polvo mutile os teus sonhos
Mutila os seus tentáculos
terça-feira, fevereiro 07, 2012
Nunca...
Deixar toda a esperança que resta para trás
Admitir num auto-engano que que a nódoa não sai
Que uma perturbação frontal num clima de paz
A destrói num jogo com o diabo, nosso Pai
A fome, o desespero e a miséria
São um direito e um dever
Num pesadelo da realidade entra em histéria
Incapaz, como tantos, de compreender
Porquê dever?!
A quem devo?!
Vão-se f**er!
Não sou um servo!
O que é uma oportunidade?
Um sonho, uma paisagem além
Vista das asas de um anjo na ociosidade
Com a qual ninguém pode viver sem
E essa é a razão porque nunca vamos morrer..
Como podem morrer os mortos?
Diga-se de passagem, a morte já morreu
Os nascimentos são semelhantes aos abortos
E louco que me sinto vivo, sou eu!
Corro através das florestas negras da cidade
As pessoas atraídas pelo lixo olham nos seus olhos
E nos olhos da imundície vêem a oportunidade
E eu olho nos olhos dessas pessoas vejo mortos aos molhos!
E vão todos para casa ter relações sexuais
Alguns fazem-no na insegurança da rua
Vão todos felizes, alguns ser mães e pais
E vem o dever e ausência de bem-estar, respondem-lhes, a culpa é sua!
O que é o bem-estar afinal?
O bem-estar é quando o destino das crianças
Ainda não está na percussão da sinfonia do mal
Onde descansam as puras, merecidas esperanças...
E o bem-estar está no descanso, prazer e amor
Mas os que não querem saber do último
Perdem os dois primeiros, a esse anterior
Já perdidos na procura egocêntrica pelo penúltimo
E assim morrem...
E assim não sofrem devidamente...
Injectam a heróina...
E vão-se embora prematuramente...
Porque viver é sofrer
Assim me dão a entender
Pelos menos os mortos ou moribundos menos o fazem
Correndo para o fim para que não se atrasem
Mas como podem chegar atrasados se não têm para onde ir?
Não desejam a própria corrida poder usufruir...
E eu bem vivo...
Sofro e beijo a plenitude...
Caio e levanto-me...
Amo para viver
Viver é amar
Se estás moribundo apaixona-te
E ao cume da felicdade estarás a chegar
Deixa a esperança para trás
Morre e sê escravo do mundo com o mundo
Ignora amor, solidariedade e paz
Prosperidade da indústria, importante a cada segundo...
...Nunca...
Admitir num auto-engano que que a nódoa não sai
Que uma perturbação frontal num clima de paz
A destrói num jogo com o diabo, nosso Pai
A fome, o desespero e a miséria
São um direito e um dever
Num pesadelo da realidade entra em histéria
Incapaz, como tantos, de compreender
Porquê dever?!
A quem devo?!
Vão-se f**er!
Não sou um servo!
O que é uma oportunidade?
Um sonho, uma paisagem além
Vista das asas de um anjo na ociosidade
Com a qual ninguém pode viver sem
E essa é a razão porque nunca vamos morrer..
Como podem morrer os mortos?
Diga-se de passagem, a morte já morreu
Os nascimentos são semelhantes aos abortos
E louco que me sinto vivo, sou eu!
Corro através das florestas negras da cidade
As pessoas atraídas pelo lixo olham nos seus olhos
E nos olhos da imundície vêem a oportunidade
E eu olho nos olhos dessas pessoas vejo mortos aos molhos!
E vão todos para casa ter relações sexuais
Alguns fazem-no na insegurança da rua
Vão todos felizes, alguns ser mães e pais
E vem o dever e ausência de bem-estar, respondem-lhes, a culpa é sua!
O que é o bem-estar afinal?
O bem-estar é quando o destino das crianças
Ainda não está na percussão da sinfonia do mal
Onde descansam as puras, merecidas esperanças...
E o bem-estar está no descanso, prazer e amor
Mas os que não querem saber do último
Perdem os dois primeiros, a esse anterior
Já perdidos na procura egocêntrica pelo penúltimo
E assim morrem...
E assim não sofrem devidamente...
Injectam a heróina...
E vão-se embora prematuramente...
Porque viver é sofrer
Assim me dão a entender
Pelos menos os mortos ou moribundos menos o fazem
Correndo para o fim para que não se atrasem
Mas como podem chegar atrasados se não têm para onde ir?
Não desejam a própria corrida poder usufruir...
E eu bem vivo...
Sofro e beijo a plenitude...
Caio e levanto-me...
Amo para viver
Viver é amar
Se estás moribundo apaixona-te
E ao cume da felicdade estarás a chegar
Deixa a esperança para trás
Morre e sê escravo do mundo com o mundo
Ignora amor, solidariedade e paz
Prosperidade da indústria, importante a cada segundo...
...Nunca...
segunda-feira, janeiro 30, 2012
Admite que é um Pântano...
Admite que é um Pântano
Admite, nós estamos presos
No mais tenebroso pântano,
Há os que fazem por sair ilesos
Outros gostam e cantam-no,
É um controlo para toda a vida
E só aqueles que tentam sair,
Sabem que não há qualquer saída
É o desespero, esse, a rir...
É aqui que todos querem ver
O sangue a fluir vindo de fora,
De onde estão aqueles a gemer
A sofrer ou sem esperar pela hora...
E metem esse sangue derramado
Num caldeirão preparando então,
Para o nosso povo deliciado
Uma nobre e repugnante refeição,
Porque só interessa quando há sangue
Admite mas não demasiado alto...
Não queiras que a mass media se zangue!
E te apunhale discretamente no asfalto!
E dão, claro, o teu corpo a todos...
Àqueles que simplesmente não te conhecem
Fazendo de ti parte dos engodos,
E até aos que te amam e desconhecem... uh...
Desconhecem que mais não comem
Senão o vício da sociedade,
Sem saber que é o cancro do Homem
Presente em todos sem distinção de idade,
Porque mal a criança tem vida
Já os doentes pais lhe passam a infecção,
A infecção vista, ouvida, lida
E já o vicío faz querer mais sem razão,
E todos amamos isto, admitam!
Ainda que digam sentir tanta pena,
A doença estimulada por um soslaio de perversão
Dá-vos prazer ao ver sangrenta cena,
E nós dizemos: "Que horror!"
E pensamos: "Antes ele que eu..."
E gritamos: "Acabem com o culpado estupor!"
E idealizamos: "Como esta notícia me enriqueceu..."
E enriqueceu porque agora tenho cultura
Digo, algo interessante para discutir,
Os habitantes do pântano, nesta vida dura
Escavamos a mina do mal para sorrir!
E porque é que não há quimioterapia?
Porque tão doce é o câncro que temos,
À procura da desgraça a cada dia
Na televisão ou no jornal que lemos,
"A cura para o vício do mal chegou!"
E viramos a página com tanta sede,
"Violou-a e de seguida a matou!"
E sorridentes temos um orgasmo na rede,
E presos na rede do pântano
Gememos nós com tanto prazer,
Uns querem sair outros cantam-no
E lá fora a sangrar para nós, uns a sofrer...
Dentro do pântano, com tanto lodo,
A maldade sincera se atenua
"Segurança" e degredo num todo,
Debaixo de cada sol e de cada lua!
Só uns nem estão fora nem dentro... uh...
Aqueles que fizeram este e o outro mundo além!
Tento saber quem são, mas com algo me desconcentro,
Um televisor que grita a miséria de alguém!
E eu nem quero nada disto...
Mas eu sei que tanto preciso
Para sentir que estou vivo ou que insisto,
Que sou algo contente com um sorriso!
Quando era criança recebi um brinquedo
Esse brinquedo foi um televisor,
Que também recebeu algo, e tenham medo
Foi o poder de me dar prazer partilhando horror...
Mas não fui um só
A consciência surgiu,
Desatou-se o nó
A máscara caiu,
E sabendo o que fizeram sem dó
A minha ilusão ruiu,
E irreconstruível está
Sou dono do câncro e da certeza,
Sabendo que a ferida nunca sarará
Porque desta pantanosa realeza,
Saída nunca se encontrará
Porque para lá deste muro,
Está a miséria que nos alimenta
E eu e todos os que sabem,
Preferiam ter-se mantido no escuro
E é hora de voltar para tradição sangrenta...
E porque não admitimos todos em conjunto!
Queremos sugar as informaçóes de mais um defunto!
"Ele sempre teve algo a dizer, teve a dizer... que nunca nada teve a dizer... na verdade que tinha a dizer, não sei bem que tinha dizer, algo a dizer tinha, nunca nada a dizer, sempre algo... mas o que interessa é que ele morreu, é o que interessa... agora suguem o que interessa meus vermes! Terá que durar uma semana... até arranjarmos outro sortudo..."
Admite, nós estamos presos
No mais tenebroso pântano,
Há os que fazem por sair ilesos
Outros gostam e cantam-no,
É um controlo para toda a vida
E só aqueles que tentam sair,
Sabem que não há qualquer saída
É o desespero, esse, a rir...
É aqui que todos querem ver
O sangue a fluir vindo de fora,
De onde estão aqueles a gemer
A sofrer ou sem esperar pela hora...
E metem esse sangue derramado
Num caldeirão preparando então,
Para o nosso povo deliciado
Uma nobre e repugnante refeição,
Porque só interessa quando há sangue
Admite mas não demasiado alto...
Não queiras que a mass media se zangue!
E te apunhale discretamente no asfalto!
E dão, claro, o teu corpo a todos...
Àqueles que simplesmente não te conhecem
Fazendo de ti parte dos engodos,
E até aos que te amam e desconhecem... uh...
Desconhecem que mais não comem
Senão o vício da sociedade,
Sem saber que é o cancro do Homem
Presente em todos sem distinção de idade,
Porque mal a criança tem vida
Já os doentes pais lhe passam a infecção,
A infecção vista, ouvida, lida
E já o vicío faz querer mais sem razão,
E todos amamos isto, admitam!
Ainda que digam sentir tanta pena,
A doença estimulada por um soslaio de perversão
Dá-vos prazer ao ver sangrenta cena,
E nós dizemos: "Que horror!"
E pensamos: "Antes ele que eu..."
E gritamos: "Acabem com o culpado estupor!"
E idealizamos: "Como esta notícia me enriqueceu..."
E enriqueceu porque agora tenho cultura
Digo, algo interessante para discutir,
Os habitantes do pântano, nesta vida dura
Escavamos a mina do mal para sorrir!
E porque é que não há quimioterapia?
Porque tão doce é o câncro que temos,
À procura da desgraça a cada dia
Na televisão ou no jornal que lemos,
"A cura para o vício do mal chegou!"
E viramos a página com tanta sede,
"Violou-a e de seguida a matou!"
E sorridentes temos um orgasmo na rede,
E presos na rede do pântano
Gememos nós com tanto prazer,
Uns querem sair outros cantam-no
E lá fora a sangrar para nós, uns a sofrer...
Dentro do pântano, com tanto lodo,
A maldade sincera se atenua
"Segurança" e degredo num todo,
Debaixo de cada sol e de cada lua!
Só uns nem estão fora nem dentro... uh...
Aqueles que fizeram este e o outro mundo além!
Tento saber quem são, mas com algo me desconcentro,
Um televisor que grita a miséria de alguém!
E eu nem quero nada disto...
Mas eu sei que tanto preciso
Para sentir que estou vivo ou que insisto,
Que sou algo contente com um sorriso!
Quando era criança recebi um brinquedo
Esse brinquedo foi um televisor,
Que também recebeu algo, e tenham medo
Foi o poder de me dar prazer partilhando horror...
Mas não fui um só
A consciência surgiu,
Desatou-se o nó
A máscara caiu,
E sabendo o que fizeram sem dó
A minha ilusão ruiu,
E irreconstruível está
Sou dono do câncro e da certeza,
Sabendo que a ferida nunca sarará
Porque desta pantanosa realeza,
Saída nunca se encontrará
Porque para lá deste muro,
Está a miséria que nos alimenta
E eu e todos os que sabem,
Preferiam ter-se mantido no escuro
E é hora de voltar para tradição sangrenta...
E porque não admitimos todos em conjunto!
Queremos sugar as informaçóes de mais um defunto!
"Ele sempre teve algo a dizer, teve a dizer... que nunca nada teve a dizer... na verdade que tinha a dizer, não sei bem que tinha dizer, algo a dizer tinha, nunca nada a dizer, sempre algo... mas o que interessa é que ele morreu, é o que interessa... agora suguem o que interessa meus vermes! Terá que durar uma semana... até arranjarmos outro sortudo..."
segunda-feira, janeiro 23, 2012
Efeito Morte: O Piano de Cauda
Efeito Morte: O Piano de Cauda
Interlúdio da tua morte:
O piano de cauda do azar
Cai sobre o teu ser,
Com o intuito de matar
Sentes o efeito de morrer...
Um efeito tão veloz
Uma dor não sentida,
Sem tempo para colocar a voz
A tua alma já de partida...
Equipamento forense:
A câmara super-lenta
Que é propriedade da minha imaginação,
Descreve o quanto tenta
A tua terminação...
Análise do teu infortúnio microsegundo a microsegundo:
Então, sentes a madeira polida
Fria, caindo sobre a tua cabeça,
És derrubado pela sua caída
Sem esperar que mais aconteça,
Sentes a carne e ossada premida
Na rudeza do solo,
Percebes que chegou o fim da tua vida
Pedes que Deus te leve no seu colo,
Então, a carne foge para onde pode
Mas tu já nem dás conta,
Tarde, nunca houve tempo, ninguém te acode
Flashback, o passado se remonta...
O teu crânio cede...
Transmigração da alma!
Não tarda o corpo fede
Mas já não é teu, calma...
Agora só carne e ossada
Da forma mais melódica,
A tua estrutura esmagada
Fim da tua vida monocórdica,
Questão:
O fim de uma vida amada
Ou uma fuga há muito esperada?
A mitologia e a realidade:
Para onde o espírito vai?
Será que ele sequer existe
Mas já é tarde para perguntas, cessai
Acabem com os: "Deus porque assim decidiste?!"
Será Ouroborus verdade?
Mas afinal para quê crer,
Encara a realidade,
É algo que nunca se irá saber!
O que tu preferes neglenciar:
O efeito morte não é só teu,
Nem é só das criaturas
É deste mundo que tanto deu (roubámos)
Adoecemos isto e fracas são as curas...
Mas quem quer curar o mundo?
Amam ganância e riqueza,
Mas depois do efeito morte, isso tudo...
Qual o valor da realeza?
Conclusão indesejada:
Morre contemplando o mundo a morrer,
A morrer para a vida,
Porque que se o queres matar és o primeiro a perecer
Não tens poder, é outra coisa parecida...
Outro:
Que nem estupidez descreve bem...
Interlúdio da tua morte:
O piano de cauda do azar
Cai sobre o teu ser,
Com o intuito de matar
Sentes o efeito de morrer...
Um efeito tão veloz
Uma dor não sentida,
Sem tempo para colocar a voz
A tua alma já de partida...
Equipamento forense:
A câmara super-lenta
Que é propriedade da minha imaginação,
Descreve o quanto tenta
A tua terminação...
Análise do teu infortúnio microsegundo a microsegundo:
Então, sentes a madeira polida
Fria, caindo sobre a tua cabeça,
És derrubado pela sua caída
Sem esperar que mais aconteça,
Sentes a carne e ossada premida
Na rudeza do solo,
Percebes que chegou o fim da tua vida
Pedes que Deus te leve no seu colo,
Então, a carne foge para onde pode
Mas tu já nem dás conta,
Tarde, nunca houve tempo, ninguém te acode
Flashback, o passado se remonta...
O teu crânio cede...
Transmigração da alma!
Não tarda o corpo fede
Mas já não é teu, calma...
Agora só carne e ossada
Da forma mais melódica,
A tua estrutura esmagada
Fim da tua vida monocórdica,
Questão:
O fim de uma vida amada
Ou uma fuga há muito esperada?
A mitologia e a realidade:
Para onde o espírito vai?
Será que ele sequer existe
Mas já é tarde para perguntas, cessai
Acabem com os: "Deus porque assim decidiste?!"
Será Ouroborus verdade?
Mas afinal para quê crer,
Encara a realidade,
É algo que nunca se irá saber!
O que tu preferes neglenciar:
O efeito morte não é só teu,
Nem é só das criaturas
É deste mundo que tanto deu (roubámos)
Adoecemos isto e fracas são as curas...
Mas quem quer curar o mundo?
Amam ganância e riqueza,
Mas depois do efeito morte, isso tudo...
Qual o valor da realeza?
Conclusão indesejada:
Morre contemplando o mundo a morrer,
A morrer para a vida,
Porque que se o queres matar és o primeiro a perecer
Não tens poder, é outra coisa parecida...
Outro:
Que nem estupidez descreve bem...
quarta-feira, janeiro 18, 2012
Alma Gémea
Alma Gémea
Quase sempre me senti sem a luz para poder ver
A felicidade que se deitava num quarto sem janela,
Quarto no qual eu estava também sem me mover
E eu tanto desejava uma janela para me atirar dela,
E desejava também que altitude fosse a suficiente
Para me libertar deste mundo que me parece tão deficiente;
Quase sempre me senti sem o calor para poder derreter
A felicidade que estava congelada num quarto sem porta,
Quarto no qual eu estava também, a viver para morrer
E tanto queria escapar deste lugar que me desconforta,
Desejando que para lá da porta encontrasse transporte
Que me transportasse deste mundo atropelando-me até à morte;
Descrevi no escuro mesmo sem ver o que escrevia
Toda a dor que esta solidão antes me trazia,
Felizmente acordei deste pesadelo de vida
Quando tu me apareceste para me sarar esta ferida!
Tu não me deste uma janela porque tu por ti já iluminas
E fizeste-me encontrar a tão doce, doce felicidade,
E sendo um astro irradiaste o calor, nem imaginas...
Mas removeste o gelo para que a tivesse para a eternidade!
Não me deste a porta para sair desse quarto maldito,
Tiraste-me de lá e ajudaste-me a destrui-lo!
Não me deste transporte para me matar mas para ir a um lugar bonito,
E agarrado a ti ficamos os dois a usufrui-lo!
Mas caiu do teu bolso um bilhete de regresso,
Um regresso que também não querias que acontecesse,
E para me despedir de ti, raios não me apresso!
Distância... que adamastor de bem-estar esse...
Mas do meu coração não sais nunca mais isso é facto
Porque completas o meu ser num encaixe exacto,
"Alma gémea" dá-me o prazer de eternamente te chamar,
Assim como de eternamente, tanto mas tanto te amar!
Quase sempre me senti sem a luz para poder ver
A felicidade que se deitava num quarto sem janela,
Quarto no qual eu estava também sem me mover
E eu tanto desejava uma janela para me atirar dela,
E desejava também que altitude fosse a suficiente
Para me libertar deste mundo que me parece tão deficiente;
Quase sempre me senti sem o calor para poder derreter
A felicidade que estava congelada num quarto sem porta,
Quarto no qual eu estava também, a viver para morrer
E tanto queria escapar deste lugar que me desconforta,
Desejando que para lá da porta encontrasse transporte
Que me transportasse deste mundo atropelando-me até à morte;
Descrevi no escuro mesmo sem ver o que escrevia
Toda a dor que esta solidão antes me trazia,
Felizmente acordei deste pesadelo de vida
Quando tu me apareceste para me sarar esta ferida!
Tu não me deste uma janela porque tu por ti já iluminas
E fizeste-me encontrar a tão doce, doce felicidade,
E sendo um astro irradiaste o calor, nem imaginas...
Mas removeste o gelo para que a tivesse para a eternidade!
Não me deste a porta para sair desse quarto maldito,
Tiraste-me de lá e ajudaste-me a destrui-lo!
Não me deste transporte para me matar mas para ir a um lugar bonito,
E agarrado a ti ficamos os dois a usufrui-lo!
Mas caiu do teu bolso um bilhete de regresso,
Um regresso que também não querias que acontecesse,
E para me despedir de ti, raios não me apresso!
Distância... que adamastor de bem-estar esse...
Mas do meu coração não sais nunca mais isso é facto
Porque completas o meu ser num encaixe exacto,
"Alma gémea" dá-me o prazer de eternamente te chamar,
Assim como de eternamente, tanto mas tanto te amar!
terça-feira, janeiro 10, 2012
Exaltação da Originalidade
Exaltação da Originalidade
Fazem a exaltação do valor do que dizem ser original
No auditório da profunda e pútrida hipocrisia,
Eles dizem saber o que está bem e o que está mal
Numa gigante ilha de palavras que eu nunca lia,
E quando eu li e dei conta do tamanho da ilha,
Dei conta que não era mais que um aterro no mar
Lixo de falsos valores, falsas intenções em pilha
E dei conta que crescia e parecia não findar;
E depois os profetas da originalidade gozaram
Os que não seguem a sua igualdade contraditória,
Que eles são os grandes mestres, eles relembraram
Eles são os messias desta época da história!
E eu ofendido pelo seu desgravável sacramento
Peguei num punhal e apontei-o para mim,
Digo o seu cabo, e procedi ao apunhalamento
Dos ociosos profetas lânguidos num jardim!
E todas as flores pareciam rosas vermelhas
Pois sangraram dolorosa e incontrolavelmente,
Banhado de sangue a todos te assemelhas
É uma nova moda "original", tão diferente...
Deixem os punhais fazer,
O que melhor fazem!
"Mantém-te original" é a frase da geração...
Que despreza a diferença indiferente!
"Mantém-te calado" é o que diz o meu coração,
O respeito é mais valioso do que um juízo que mente
Que apodreçam os cadáveres desses merdas no meio da rua!
Mas eu prefiro não matar esses mestres desgraçados
Preferiria fazê-los dizerem-se: "tu sabes que a culpa é tua..."
Depois de os deixar completamente acabados:
«Eles com os olhos cerrados
Para o sol os apontei
Agarrando as suas cabeças, preocupados
Que abrissem os olhos eu ordenei!
"ABRAM OS OLHOS!" fizeram-no alarmados»
E assim os cabrões e putas ceguei!
Nunca mais saberão o que é ser original!
Nunca mais saberão o que está bem ou mal!
Nunca mais poderão julgar!
Nunca mais poderão observar!
Nunca mais poderão maldizer!
Pois já só podem ver...
Os corações...
E a falta de noção,
De que são todos iguais,
Trascende a minha compreensão
E o desrespeito pelos demais,
Quando dizem estar carregados de tolerância;
Apenas faz revelar que só levam consigo ignorância...
E eu que não exalto a originalidade...
Porque não apupo a sua repreensível irmandade?
A resposta é demasiado arrogante para ser entendida...
Fazem a exaltação do valor do que dizem ser original
No auditório da profunda e pútrida hipocrisia,
Eles dizem saber o que está bem e o que está mal
Numa gigante ilha de palavras que eu nunca lia,
E quando eu li e dei conta do tamanho da ilha,
Dei conta que não era mais que um aterro no mar
Lixo de falsos valores, falsas intenções em pilha
E dei conta que crescia e parecia não findar;
E depois os profetas da originalidade gozaram
Os que não seguem a sua igualdade contraditória,
Que eles são os grandes mestres, eles relembraram
Eles são os messias desta época da história!
E eu ofendido pelo seu desgravável sacramento
Peguei num punhal e apontei-o para mim,
Digo o seu cabo, e procedi ao apunhalamento
Dos ociosos profetas lânguidos num jardim!
E todas as flores pareciam rosas vermelhas
Pois sangraram dolorosa e incontrolavelmente,
Banhado de sangue a todos te assemelhas
É uma nova moda "original", tão diferente...
Deixem os punhais fazer,
O que melhor fazem!
"Mantém-te original" é a frase da geração...
Que despreza a diferença indiferente!
"Mantém-te calado" é o que diz o meu coração,
O respeito é mais valioso do que um juízo que mente
Que apodreçam os cadáveres desses merdas no meio da rua!
Mas eu prefiro não matar esses mestres desgraçados
Preferiria fazê-los dizerem-se: "tu sabes que a culpa é tua..."
Depois de os deixar completamente acabados:
«Eles com os olhos cerrados
Para o sol os apontei
Agarrando as suas cabeças, preocupados
Que abrissem os olhos eu ordenei!
"ABRAM OS OLHOS!" fizeram-no alarmados»
E assim os cabrões e putas ceguei!
Nunca mais saberão o que é ser original!
Nunca mais saberão o que está bem ou mal!
Nunca mais poderão julgar!
Nunca mais poderão observar!
Nunca mais poderão maldizer!
Pois já só podem ver...
Os corações...
E a falta de noção,
De que são todos iguais,
Trascende a minha compreensão
E o desrespeito pelos demais,
Quando dizem estar carregados de tolerância;
Apenas faz revelar que só levam consigo ignorância...
E eu que não exalto a originalidade...
Porque não apupo a sua repreensível irmandade?
A resposta é demasiado arrogante para ser entendida...
quinta-feira, janeiro 05, 2012
Eu devo...
Eu devo...
Eu devo aceitar inquestionavelmente
As ordens dos que estão acima de mim,
E dizem que sou igual a toda a gente
Será possível aceitar isso assim?
Tenho de aceitar isso assim claro,
Se quero ser alguém neste mundo
Ter uma vida de ser humano raro,
É coisa de de mendigo imundo
Eu devo consumir o que todos consomem
Para parecer melhor, para ser melhor,
Ser um modelo para todo o Homem
E se não gostar do que vejo em meu redor?
Se não gostar do vejo em meu redor
Sou um labrego com péssimo gosto,
Associam a mim matéria fecal e suor
A casa dos monstros é o meu posto;
Eu devo aceitar o que conta a História
Não questionar quando os ditos "factos",
Roçam no ridículo, ou então sou escória
Deixo os sábios com a sua sabedoria intactos...
Ou então sou humilhado pelo rebanho,
Eles são mais do que eu, que posso fazer?
Serei sempre o alienado e o estranho,
Que posso fazer? É calar e comer...
Eu devo aceitar que não posso criar
Isso é luxo dos que dizem que devo fazer,
Eu sou demasiado classe baixa para inventar
Podes não acreditar, mas vê para crer,
E se continuar a insistir em criar
Caio no mais profundo e negro oblívio.
Sem nunca sequer ter chegado a prosperar
Sobrevivendo insistência, devo respirar de alívio;
Mas se me perguntarem que acho que devo fazer,
Acho que devo agarrar num punhado de pedras
E atirá-las à cabeça dos que criaram as regras,
Haverão de saber essas gosmas o que é sofrer!
Eu devo aceitar inquestionavelmente
As ordens dos que estão acima de mim,
E dizem que sou igual a toda a gente
Será possível aceitar isso assim?
Tenho de aceitar isso assim claro,
Se quero ser alguém neste mundo
Ter uma vida de ser humano raro,
É coisa de de mendigo imundo
Eu devo consumir o que todos consomem
Para parecer melhor, para ser melhor,
Ser um modelo para todo o Homem
E se não gostar do que vejo em meu redor?
Se não gostar do vejo em meu redor
Sou um labrego com péssimo gosto,
Associam a mim matéria fecal e suor
A casa dos monstros é o meu posto;
Eu devo aceitar o que conta a História
Não questionar quando os ditos "factos",
Roçam no ridículo, ou então sou escória
Deixo os sábios com a sua sabedoria intactos...
Ou então sou humilhado pelo rebanho,
Eles são mais do que eu, que posso fazer?
Serei sempre o alienado e o estranho,
Que posso fazer? É calar e comer...
Eu devo aceitar que não posso criar
Isso é luxo dos que dizem que devo fazer,
Eu sou demasiado classe baixa para inventar
Podes não acreditar, mas vê para crer,
E se continuar a insistir em criar
Caio no mais profundo e negro oblívio.
Sem nunca sequer ter chegado a prosperar
Sobrevivendo insistência, devo respirar de alívio;
Mas se me perguntarem que acho que devo fazer,
Acho que devo agarrar num punhado de pedras
E atirá-las à cabeça dos que criaram as regras,
Haverão de saber essas gosmas o que é sofrer!
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