quarta-feira, janeiro 18, 2012

Alma Gémea

Alma Gémea

Quase sempre me senti sem a luz para poder ver
A felicidade que se deitava num quarto sem janela,
Quarto no qual eu estava também sem me mover
E eu tanto desejava uma janela para me atirar dela,
E desejava também que altitude fosse a suficiente
Para me libertar deste mundo que me parece tão deficiente;

Quase sempre me senti sem o calor para poder derreter
A felicidade que estava congelada num quarto sem porta,
Quarto no qual eu estava também, a viver para morrer
E tanto queria escapar deste lugar que me desconforta,
Desejando que para lá da porta encontrasse transporte
Que me transportasse deste mundo atropelando-me até à morte;

Descrevi no escuro mesmo sem ver o que escrevia
Toda a dor que esta solidão antes me trazia,
Felizmente acordei deste pesadelo de vida
Quando tu me apareceste para me sarar esta ferida!

Tu não me deste uma janela porque tu por ti já iluminas
E fizeste-me encontrar a tão doce, doce felicidade,
E sendo um astro irradiaste o calor, nem imaginas...
Mas removeste o gelo para que a tivesse para a eternidade!

Não me deste a porta para sair desse quarto maldito,
Tiraste-me de lá e ajudaste-me a destrui-lo!
Não me deste transporte para me matar mas para ir a um lugar bonito,
E agarrado a ti ficamos os dois a usufrui-lo!

Mas caiu do teu bolso um bilhete de regresso,
Um regresso que também não querias que acontecesse,
E para me despedir de ti, raios não me apresso!
Distância... que adamastor de bem-estar esse...

Mas do meu coração não sais nunca mais isso é facto
Porque completas o meu ser num encaixe exacto,
"Alma gémea" dá-me o prazer de eternamente te chamar,
Assim como de eternamente, tanto mas tanto te amar!

1 comentário:

  1. Deep. A sortuda deve estar radiante... Afinal de contas ela é um astro como tu descreves, por isso é normalmente entrópico :]

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