Sinto o cheiro de um dia a findar
Floresce uma raiva pelo ciclo,
Percorro a obrigação do tamanho do mar
Oiço como comum, guardo como ridículo,
E a toda a hora só desejo o fim
Porque não suporto fazer o meu papel,
E quando termino, mesmo assim
Torturo-me com o próximo ritual no meu pincel,
E com este pincel lá corro o percurso
Chego ao fim, uma palmada nas costas, nada me satisfaz,
A loucura como fuga é o meu último recurso
Mas anseio esse trono que no horizonte jaz,
Mas é tão furiosa e voraz a solidão
Que perdido nos pesadelos da introspecção
Penso em quando estiver lá alto no meu trono
Só quero largar a espada nos encantos do sono
E ao acordar ter melodias para contemplar
Ter o teu ser para com paixão acarinhar
E não ter que me auto-iludir com sonhos que não tenho
Que mais não são os esforços típicos de rebanho
Para sobreviver...
E desde a infância que me repeti
Não serei escravo e me desiludi
Com a condição natural do meu ser
Que só quer ter um trono sem ter nenhum poder...
Às vezes soa mais deliciosa a ideia de não morrer, mas simplesmente cessar de existir.
Sem comentários:
Enviar um comentário