Às vezes anuncio derrota
O espírito dança sem vontade
A alma quer estar morta
Vagueia num traço de insanidade
O odor de obter a conclusão
Já enjoa o âmago do meu ser
Existir parece uma obrigação
Um escravo, isto não é viver
E o Universo é tão grande
E ainda há tanto para saber
Neste inferno que se expande
E no que ainda havemos de conhecer
Ser especial não é suficiente
A inteligência é muito vaga
Seja lá o que for deixa-me demente
E a minha fútil vida amarga
A minha fútil vida depressiva
Depressão sem cura alguma
Só ilusão que me deriva
Da consciência e da bruma
Saber muito ou saber nada
Só tem valor à nossa escala
O contrário é uma noção errada
É o conformismo e a ignorância que fala
Somos brinquedos de alguém
E só há duas saídas desta dor
A ilusão de que está tudo bem
Ou o suicídio que te faça o favor
Ou o teu espírito atreve-te a saciar
Com a pureza e o que sentes de verdade
O poder de respeitar, contemplar e amar
Sentir sem auto-enganos essa felicidade
Desde criança que sinto e de algum modo sei
Que nada mais me pode deixar bem
Do que deixar e manter a brilhar
Este cristal que dentro de mim penso estar
Fotasse... Está lindo!
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