segunda-feira, janeiro 23, 2012

Efeito Morte: O Piano de Cauda

Efeito Morte: O Piano de Cauda


Interlúdio da tua morte:

O piano de cauda do azar
Cai sobre o teu ser,
Com o intuito de matar
Sentes o efeito de morrer...

Um efeito tão veloz
Uma dor não sentida,
Sem tempo para colocar a voz
A tua alma já de partida...


Equipamento forense:

A câmara super-lenta
Que é propriedade da minha imaginação,
Descreve o quanto tenta
A tua terminação...


Análise do teu infortúnio microsegundo a microsegundo:

Então, sentes a madeira polida
Fria, caindo sobre a tua cabeça,
És derrubado pela sua caída
Sem esperar que mais aconteça,

Sentes a carne e ossada premida
Na rudeza do solo,
Percebes que chegou o fim da tua vida
Pedes que Deus te leve no seu colo,

Então, a carne foge para onde pode
Mas tu já nem dás conta,
Tarde, nunca houve tempo, ninguém te acode
Flashback, o passado se remonta...

O teu crânio cede...
Transmigração da alma!
Não tarda o corpo fede
Mas já não é teu, calma...

Agora só carne e ossada
Da forma mais melódica,
A tua estrutura esmagada
Fim da tua vida monocórdica,

Questão:

O fim de uma vida amada
Ou uma fuga há muito esperada?


A mitologia e a realidade:

Para onde o espírito vai?
Será que ele sequer existe
Mas já é tarde para perguntas, cessai
Acabem com os: "Deus porque assim decidiste?!"

Será Ouroborus verdade?
Mas afinal para quê crer,
Encara a realidade,
É algo que nunca se irá saber!


O que tu preferes neglenciar:

O efeito morte não é só teu,
Nem é só das criaturas
É deste mundo que tanto deu (roubámos)
Adoecemos isto e fracas são as curas...

Mas quem quer curar o mundo?
Amam ganância e riqueza,
Mas depois do efeito morte, isso tudo...
Qual o valor da realeza?


Conclusão indesejada:

Morre contemplando o mundo a morrer,
A morrer para a vida,
Porque que se o queres matar és o primeiro a perecer
Não tens poder, é outra coisa parecida...


Outro:

Que nem estupidez descreve bem...

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