terça-feira, abril 19, 2011

Naufrágio

Naufrágio

Em vão,
Esqueci-me do que aprendi todos estes anos
Em vão,
Esqueci-me de todos os rostos humanos.
Em vão,
Deixei até sombras de memórias desvanecerem
Em vão,
Não chorarei pelos meus queridos que morrerem.

Pois de maneira alguma os lembro,
Como a tarde solarenga de Novembro.

Feliz esqueço a tristeza
Triste esqueço a felicidade,
Loucura a minha alteza
Maluqueira, oh divindade!

Em vão,
Perde toda a graça o dançar da floresta,
Em vão,
Perco-me na solidão, única coisa que me resta.

Desaparece a memória
Agora apenas história,
Que o homem desconhece,
E no vento padece.

E o vento canta a história no oceano
Atraído pelo magnífico azul ciano
E jamais cantará p'ro ser humano,
Pois ao não perceber ficaria insano,
Tal curiosidade suscitam os cantos
Tão cheios de rancor e de prantos.

Desaparecem os navios que o oceano ousam cruzar
São as minhas memórias, as minhas memórias a os afundar.

(Parte o remo que tens na mão,
Salvaguarda o teu coração.)

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