Rumo ao Norte
Quase alucino,
Doce destino
Gozo a sorte;
Deixo tudo
Faço-me curdo,
Sou cego, surdo
E mudo;
Cancelo o físico
Que não se digne a servir,
De modo a poder sentir
Tu, cuja ausência me põe tísico,
Tusso de dor
Desidrato lacrimejando,
Especturação sufocando
Adoece sentir amor.
Tão distante
Numa serra,
Que se encerra
Nunca obstante,
A civilização
A onda,
Interfere na minha sonda
Para ver o teu coração,
E quando cavo para passar
Abro-te o peito,
Sem preceito
Para o teu coração apreciar,
Sem dor, sem sangue, sem corte
Sou cirurgião espiritual num abraço,
Revelo também sem embaraço
Paixão que resiste até a morte,
Sem dor, sem sangue, sem anestesia
Sou cirurgião espiritual num beijo,
Que com sofreguidão desejo
E suplico todo dia;
Esqueci oceanos de pensamento em vão
O meu ser conheceu um cessar fogo,
Arsenal arrumado como sempre rogo
De dor que me avassala a uma condenação,
Tive a tua distracção
Que na incerteza da minha existência,
Na possível dimensão de desconhecida demência
Tu serias a melhor alucinação;
Larguei o que é material
A origem do meu mal,
Fiz do mundo apenas tu e eu
Um planeta profundo, meu,
Pelo tempo rasgado
Que na sua liberdade,
Sem piedade
Tortura-me malvado,
Não queria largar a pureza
Mas a obrigação pôs-me na estrada,
A minha arbitrariedade é questionada
Lavado em lágrimas, coberto de incerteza,
Sou como besta em transporte de gado
Não tenho mãos para ficar,
As mãos que só te querem tocar
Vêm invisíveis grilhetas serem o seu fado,
E é frustrante
Como rodeado de fartura,
A minha alma só se atura
No verosímil instante...
Em que estás perto...
Regresso,
Morro,
Jorro,
De rojo,
Em excesso,
Choro abatido,
Alvejado dorido,
De volta ao sufoco...
A saudade...
O esperar...
O fim...
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