terça-feira, agosto 03, 2010

Euforia de Misantropia

Euforia de Misantropia

Lágrimas de álcool doce
Constituem o rio do meu Reino
Um Reino onde eu próprio me perdi
Um Reino demasiado perfeito
Demasiado perfeito para um criatura reles
Um criatura reles como o humano!

Assassinos! Insípidos! Avarentos!
E pepitas de ouro
Em montanhas de carvão
Que me fogem
Misturando-se com a poeira da correria
Da correria de cavalos domésticos

E tentam constantemente poluir o rio de lágrimas de álcool doce
A que na verdade chamam linha de pensamento
Mas sou demasiado perfeito
Demasiado perfeito para corresponder com o típico padrão humano
E as lágrimas de álcool doce essas
São as filosofias utópicas incompreendidas

E sim, o meu rio são só lágrimas de álcool
Para que quero saber da realidade?
Mergulho cada vez mais fundo no meu rio
Para esquecer o distúrbio que paira à minha volta
Prefiro viver de irrealidades mentais e precárias
Do que ajustar-me a uma sociedade em que não encaixo

E tentando afogar-me no rio
Entrei num sonho
Ouvi a voz do proclamado omnipotente
Que me ofereceu a ascensão ao seu Reino
Lançando-me uma corda
E eu puxei-a

Puxei a corda que não passava disso
Pura e simplesmente uma corda
E ao acordar desse sonho
Acordei com uma corda na mão
Com o tamanho ideal para um enforcamento
Pensei para comigo: "Quem me dera enforcar a humanidade inteira..."

Então enforquei-me eu...
Se eles não saíram do meu caminho
Encontrarei um novo caminho noutro lado

E então o mundo que imaginei tornou-se real
Um mundo onde torturo um de cada vez
Todos os seres humanos que habitam a Terra
E outrora a habitaram
Deixando claro, as pepitas de ouro livres
E deitando brasa no carvão

Posso dizer que consegui...
Sou o único
O único que pôs a misantropia em prática

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