Vida após funeral...
No denso nevoeiro
Deambulam aqueles
Que outrora foram homens
Mas hoje, cadáveres ambulantes
E eu perdido ali no meio
Desorientado pelo cheiro que exalavam
Com o suor a escorrer na minha face
E a confundir-se com as minhas lágrimas de pânico
Agachei-me e gritei por ajuda alheia
Mas sentia os passos das criaturas
De face deformada e feia
Aproximarem-se sedentas de carne humana
Desesperadamente corri por entre eles
Que por serem impavidamente vagarosos
Não me alcançaram
Vociferando em voz grave, gritos tenebrosos
O nevoeiro tornava-se cada vez mais denso
À medida que eu avançava
Foi então que caí numa poça de lama
E concluí que tudo funestamente terminava
Um punho entrou-me pelas costas
Agarrando o meu coração
O sangue escorria-me pela boca
Naquela hora de aflição
Não sei como vi
O meu coração, que ainda batia
Nas mãos daquele infame...
Só sei que hoje... sou um deles...
Sem comentários:
Enviar um comentário