Em Dezembro te espero...
Moribundo de tristeza caminho para o abismo
Em linha recta mantenho o passo tremulento,
O frio que sinto sem ti é-me um sismo
Vens parar-me e aquecer-me contudo o tempo é lento;
És o astro humano que derrete o gelo em meu redor
Leva-me numa curva para longe desta recta suicida,
Mostrando-me, fazendo-me ver e sentir amor
Dando cor à foto monocromática que resume a minha vida;
Vem em Dezembro ser a lareira do meu coração
Molécula formada por dois átomos, os nossos lábios,
Perdidos os dois nos vales da mais pura paixão
Algo incompreensível até para os mais sábios;
Vem mudar por favor para um acorde maior
Esta melodia obsoleta que não consigo cessar,
Rasga-me a pele da alma sabê-la de cor
O ritmo dá-lhe meu coração que contigo vai acelerar;
Pintaria apaixonadamente o teu retrato
Mas infelizmente não tenho esse talento,
Não deixas de ser a musa de cada verso que trato
Dezembro vem depressa ou de saudade rebento;
Um "espero por ti" resplandece neste verso
Oh tu, que és a Rainha do meu Universo...
Lírica vermelha, social, conflituosa, introspectiva, preocupada, livre, patriótica, agressiva, gritada, dolorosa e apaixonadamente manufacturada.
terça-feira, agosto 30, 2011
segunda-feira, agosto 22, 2011
Maré de Sorte
Maré de Sorte
Caminhando à beira-mar em desolação
Surpreendido sou por uma onda forte,
Afogando-me já sem ar em nenhum pulmão
Vivo ainda à deriva numa maré de sorte;
Com escárnio olhei para tudo o que fiz
Duvidando do meu valor em tudo,
Mas diante do meu sobrepujante nariz
Vejo que nem todo o mundo ficou mudo;
O Mestre mandou-me então escrever
Numa vazia folha ao lado da sua,
Para conjurar um astro a nascer
Com a classe de um poeta de rua;
Foi o Mestre que me lançou a onda
Que puxou os meus versos para Norte,
Para os examinar com a sua sonda
E chamo-lhe pois uma Maré de Sorte;
Assim damos uma devida continuação
Abrindo o coração e borrando papel,
O que tão boa fama deu a esta nação
Ora sobre uma morgue ora sobre um bordel!
Caminhando à beira-mar em desolação
Surpreendido sou por uma onda forte,
Afogando-me já sem ar em nenhum pulmão
Vivo ainda à deriva numa maré de sorte;
Com escárnio olhei para tudo o que fiz
Duvidando do meu valor em tudo,
Mas diante do meu sobrepujante nariz
Vejo que nem todo o mundo ficou mudo;
O Mestre mandou-me então escrever
Numa vazia folha ao lado da sua,
Para conjurar um astro a nascer
Com a classe de um poeta de rua;
Foi o Mestre que me lançou a onda
Que puxou os meus versos para Norte,
Para os examinar com a sua sonda
E chamo-lhe pois uma Maré de Sorte;
Assim damos uma devida continuação
Abrindo o coração e borrando papel,
O que tão boa fama deu a esta nação
Ora sobre uma morgue ora sobre um bordel!
domingo, agosto 14, 2011
O Homem que tem o Mundo...
O Homem que tem o Mundo...
Existe um senhor tecelão de véus
Que veste o mundo com a sua criação,
E vê a nossa miséria dos céus
E goza a nossa superficial visão,
Que ele próprio nos ofereceu
Ocultando a verdade sobre tudo,
E em ganância seu poder cresceu
Loucamente sorridente e mudo;
O Homem que possui o mundo
O detentor de toda a verdade,
Não abre os braços nem por um segundo
Pois neles a tem presa uma miríade,
Uma miríade de coisas factuais
Que levariam o mundo ao caos e loucura
Assim não o revela ao comum dos mortais,
E ninguém sabe quem ele é e porque nos tortura;
A maioria nem sabe sequer que existe
E os que julgam que ele existe nem têm a certeza,
Mas salva o ignorante de se sentir triste,
E é o Rei sem que ninguém bajule a sua alteza;
Joga xadrez com a humanidade
Emprega muita dor e esporádico prazer,
Acaricia a mais verdadeira verdade
A única que mais ninguém irá saber.
Existe um senhor tecelão de véus
Que veste o mundo com a sua criação,
E vê a nossa miséria dos céus
E goza a nossa superficial visão,
Que ele próprio nos ofereceu
Ocultando a verdade sobre tudo,
E em ganância seu poder cresceu
Loucamente sorridente e mudo;
O Homem que possui o mundo
O detentor de toda a verdade,
Não abre os braços nem por um segundo
Pois neles a tem presa uma miríade,
Uma miríade de coisas factuais
Que levariam o mundo ao caos e loucura
Assim não o revela ao comum dos mortais,
E ninguém sabe quem ele é e porque nos tortura;
A maioria nem sabe sequer que existe
E os que julgam que ele existe nem têm a certeza,
Mas salva o ignorante de se sentir triste,
E é o Rei sem que ninguém bajule a sua alteza;
Joga xadrez com a humanidade
Emprega muita dor e esporádico prazer,
Acaricia a mais verdadeira verdade
A única que mais ninguém irá saber.
terça-feira, agosto 02, 2011
Alucinação
Alucinação
Embrulhado em pânico e sonolência
Com um laçarote de desejo de morte,
Desconfortável com a quase total dormência
Ao que penso ser realidade perdi o Norte;
Despedaço-me num milhão de dimensões
Vejo o mundo real através de um buraco,
Dentro de uma esfera de sonhos sem razões
Procuro sair deste lugar hostil e opaco;
Sinto-me a ondular para o infinito
Repito um milhão de vezes um gesto que só fiz uma vez,
Descontroladamente com o nada me irrito
A garganta implora por água suficiente para um mês;
Cada minuto parece-me um ano febril
Tenho medo de me magoar mesmo sem nada sentir,
Sou sugado para a minha alucinação número mil
Esqueço tudo e deixo-me dormir;
Deixo-me dormir com o desejo de acordar em lucidez
Desejo concretizado relembro a experiência que a sei de cor,
Reflicto sobre a totalidade do real inúmera vez
Esta realidade é uma merda mas cheira melhor.
Embrulhado em pânico e sonolência
Com um laçarote de desejo de morte,
Desconfortável com a quase total dormência
Ao que penso ser realidade perdi o Norte;
Despedaço-me num milhão de dimensões
Vejo o mundo real através de um buraco,
Dentro de uma esfera de sonhos sem razões
Procuro sair deste lugar hostil e opaco;
Sinto-me a ondular para o infinito
Repito um milhão de vezes um gesto que só fiz uma vez,
Descontroladamente com o nada me irrito
A garganta implora por água suficiente para um mês;
Cada minuto parece-me um ano febril
Tenho medo de me magoar mesmo sem nada sentir,
Sou sugado para a minha alucinação número mil
Esqueço tudo e deixo-me dormir;
Deixo-me dormir com o desejo de acordar em lucidez
Desejo concretizado relembro a experiência que a sei de cor,
Reflicto sobre a totalidade do real inúmera vez
Esta realidade é uma merda mas cheira melhor.
sexta-feira, julho 29, 2011
Utopia...
Utopia...
Nas cinzas de um mundo perdido
Vejo germinar a semente da utopia,
Onde amor deixa o ódio destruído
Onde padece o interlúdio de um perfeito dia;
O ser humano regurgita a cobra
Que envenena a compaixão de ganância,
Evolui do verme que putrefaz a sua obra
Esquece o falso profeta de amor, verdadeiro de ignorância;
Encontra-se então a porta para o puro
Um equilíbrio de instabilidade em tudo o que nos rodeia,
A luz no vácuo e no espírito mais escuro
Todos se amam e ninguém se odeia;
Porque ser cego não é não ver, é não encontrar a razão
Ser cego é encher de inútil fantasia, a realidade,
É colocar vermes dentro do peito sabendo que nos vão comer o coração
Endoidecer o mundo não é o objectivo da arte...
Utopia é dar o devido uso ao fantástico
Utopia é fazer justiça ao dizer: "Sou racional!"
Utopia é amor com um efeito de elástico,
Utopia é superar o Homem, ser quase mais que animal!
E sobretudo... a utopia é impossível...
Nas cinzas de um mundo perdido
Vejo germinar a semente da utopia,
Onde amor deixa o ódio destruído
Onde padece o interlúdio de um perfeito dia;
O ser humano regurgita a cobra
Que envenena a compaixão de ganância,
Evolui do verme que putrefaz a sua obra
Esquece o falso profeta de amor, verdadeiro de ignorância;
Encontra-se então a porta para o puro
Um equilíbrio de instabilidade em tudo o que nos rodeia,
A luz no vácuo e no espírito mais escuro
Todos se amam e ninguém se odeia;
Porque ser cego não é não ver, é não encontrar a razão
Ser cego é encher de inútil fantasia, a realidade,
É colocar vermes dentro do peito sabendo que nos vão comer o coração
Endoidecer o mundo não é o objectivo da arte...
Utopia é dar o devido uso ao fantástico
Utopia é fazer justiça ao dizer: "Sou racional!"
Utopia é amor com um efeito de elástico,
Utopia é superar o Homem, ser quase mais que animal!
E sobretudo... a utopia é impossível...
quarta-feira, julho 27, 2011
Moldando o barro...
Moldando o barro...
A garrafa ou a a floresta
Para me esconder do pessimismo,
Insanidade ou a dignidade que me resta
A questão abala-me como um sismo;
Crescer ordenam-me a mim,
Mas como o astro vira supernova
Crescer é caminhar para o fim,
Uma lição ou uma valente sova?
Mas olho para o céu em filosofias,
E sinto chover o dilúvio da esperança,
Pego no barro sujo dos meus dias
E moldo o amor com que tudo se alcança;
Escolho então a saudável dignidade
Pois encontrei amar para o intermédio do astro que sou,
Escalo a montanha da felicidade
Subindo a corda que na ponta a motivação queimou.
A garrafa ou a a floresta
Para me esconder do pessimismo,
Insanidade ou a dignidade que me resta
A questão abala-me como um sismo;
Crescer ordenam-me a mim,
Mas como o astro vira supernova
Crescer é caminhar para o fim,
Uma lição ou uma valente sova?
Mas olho para o céu em filosofias,
E sinto chover o dilúvio da esperança,
Pego no barro sujo dos meus dias
E moldo o amor com que tudo se alcança;
Escolho então a saudável dignidade
Pois encontrei amar para o intermédio do astro que sou,
Escalo a montanha da felicidade
Subindo a corda que na ponta a motivação queimou.
segunda-feira, julho 25, 2011
Orquestra de Vento
Orquestra de Vento
Marca o ritmo para uma sinfonia outonal
O esmagar das folhas secas caídas,
Que vieram num precoce vendaval
De melodias perfeitas mas não lidas,
Não lidas porque não há nenhuma partitura
Para esta inspiradora orquestra de vento,
Que longas notas subtilmente segura
Num timbre melancólico e lento;
E dançam então as folhas rua abaixo
Respeitando compassos de pura beleza,
Onde não há violino, violoncelo ou contra-baixo
Só uma orquestra de vento na natureza.
Marca o ritmo para uma sinfonia outonal
O esmagar das folhas secas caídas,
Que vieram num precoce vendaval
De melodias perfeitas mas não lidas,
Não lidas porque não há nenhuma partitura
Para esta inspiradora orquestra de vento,
Que longas notas subtilmente segura
Num timbre melancólico e lento;
E dançam então as folhas rua abaixo
Respeitando compassos de pura beleza,
Onde não há violino, violoncelo ou contra-baixo
Só uma orquestra de vento na natureza.
terça-feira, julho 19, 2011
Suicídio...
Suicídio...
Gentis, por nossa culpa, caóticas tempestades!
Submetam os porcos Homens à vossa dança,
Façam-nos sentir bem perto o Reino de Hades!
Destruam o nosso pútrido sentimento de esperança...
Submetam-nos a essa tão, mas tão ridícula morte!
Que mísero suicídio, neste caso, é apenas...
Oh frutos da nossa imprudência tão, mas tão forte!
Nós que mutilámos este magnífico jardim de açucenas...
E ignoramos o grande Caos que, neste momento, já se desenlaça...
A vingança desta bela, mas tão bela a Terra!
Pois ao tentarmos, por ganância, roubar sua graça....
Com dor e desolação a nossa história se encerra!
Gentis, por nossa culpa, caóticas tempestades!
Submetam os porcos Homens à vossa dança,
Façam-nos sentir bem perto o Reino de Hades!
Destruam o nosso pútrido sentimento de esperança...
Submetam-nos a essa tão, mas tão ridícula morte!
Que mísero suicídio, neste caso, é apenas...
Oh frutos da nossa imprudência tão, mas tão forte!
Nós que mutilámos este magnífico jardim de açucenas...
E ignoramos o grande Caos que, neste momento, já se desenlaça...
A vingança desta bela, mas tão bela a Terra!
Pois ao tentarmos, por ganância, roubar sua graça....
Com dor e desolação a nossa história se encerra!
segunda-feira, julho 18, 2011
Desilusão...
Desilusão...
Preso estava numa parede
Mas ao acordar espantado,
Com um pouco de fome e de sede
Reparei que fui libertado;
E vejo uma porta aberta outrora fechada
Resplandecendo para mim,
Será uma saída ou uma entrada
Para um novo mundo sem fim?
Há muitos anos que a minha alma está presa
Fruto de uma horrorosa alienação,
E vejo agora a fuga, a esperança acesa
Aguentará o meu fraco coração?
Vou devagar muito desconfiado
O que haverá para lá deste portão?
Mas vejo-me de novo agoniado,
Fechou-se a porta... mais uma desilusão.
Preso estava numa parede
Mas ao acordar espantado,
Com um pouco de fome e de sede
Reparei que fui libertado;
E vejo uma porta aberta outrora fechada
Resplandecendo para mim,
Será uma saída ou uma entrada
Para um novo mundo sem fim?
Há muitos anos que a minha alma está presa
Fruto de uma horrorosa alienação,
E vejo agora a fuga, a esperança acesa
Aguentará o meu fraco coração?
Vou devagar muito desconfiado
O que haverá para lá deste portão?
Mas vejo-me de novo agoniado,
Fechou-se a porta... mais uma desilusão.
segunda-feira, julho 11, 2011
O Sangue dos meus Heróis...
O Sangue dos meus Heróis
Cresci admirando o seu talento
Cresci admirando a sua bravura,
Sobre a chuva, sol e vento
Levando multidões à loucura.
Mas passa o tempo da sua glória
Abandonados eles são pela luz,
Esquecida é a sua história
Que para o fim se conduz.
E na sua morte são recordados
Seus fãs os choram em alvoroço,
Porque mortos todos são amados
Nem que esse amor não passe de um esboço.
Erguem-se estátuas no seu fim
E atingido é por 1000 sóis,
Secando e esquecido assim
O sangue dos meus heróis...
Cresci admirando o seu talento
Cresci admirando a sua bravura,
Sobre a chuva, sol e vento
Levando multidões à loucura.
Mas passa o tempo da sua glória
Abandonados eles são pela luz,
Esquecida é a sua história
Que para o fim se conduz.
E na sua morte são recordados
Seus fãs os choram em alvoroço,
Porque mortos todos são amados
Nem que esse amor não passe de um esboço.
Erguem-se estátuas no seu fim
E atingido é por 1000 sóis,
Secando e esquecido assim
O sangue dos meus heróis...
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