quarta-feira, dezembro 19, 2012

Máquina a Vapor

Noite...
Fria...
Anuncia o Inverno
Quem me levará?
Para lá...
Dos recantos deste Inferno...
Onde as questões...
Se interpelam
E descansam assim...
Sem emoções
Me flagelam
Quando penso no fim...
Desta história
Limitada...
Pelo tempo, pela morte
Que ceifará vida e memória
De mim...
E quem...
Sou eu...
Eu já nem sei...
Serei isto?
Estou a tornar-me máquina?
Já sabe a ferrugem
Mesmo sem ainda ver
A máquina a vapor
Que me faz supor
Será vida a vida?
Ou será vida a ceifa?
Ceifar a terra
Até a terra me ceifar a mim...
Num sistema obsoleto
Em que ninguém vê o ridículo
Nascer, ver filho, ver neto..
E partir deixando-os aqui...
Num mundo em que os corações
Bombeiam vapor...
Para uma causa...
Em que eu não acredito...
Somos carvão humano...
Num campo de concentração sofisticado...
Mas com entretenimento insano...
Nem vemos...
O círculo de rede...
Em que estamos presos...
Marchamos diariamente
Para algo que nunca escolhemos...
Uns cegos... Outros lacrimejam...
Eu lacrimejo...

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