Rosa Negra
Sorris sob chuva fúnebre
No funeral do meu vergonhoso passado
Encantando-me com a dança das tuas pétalas
Tão mórbidas
Onde encontro a definição de beleza
Pertencias à flora do éter
Mas caíste na cabeça de uma jovem noctívaga
Com cabelos convidativos à carícia
Escondendo a sua pálida cara
Embora seja insanavelmente bonita
Duvido que essa jovem seja humanamente concebível
Há algo malicioso na expressão facial dela
Malicioso embora gracioso
Uma origem demoníaca, talvez...
Curiosamente inesquecível...
E essa curiosidade tomou conta de mim...
Como o sal toma conta da água do oceano...
E essa curiosidade faz-me gritar.
Em noites de frustração
Em que as nuvens tomaram conta do céu:
"Rosa Negra!
Portadora de culto...
Não te consigo ver hoje!
Nesta noite nublada...
Escondes-te na máscara
Que a ausência de luz te ofereceu..."
Assim eu perdi...
Perdi a maravilhosa dança das pétalas negras
Na ténue aragem oceânica
Perdi a fragrância das profundezas das trevas
Que contigo trazes sem seres artificialmente perfumada
Perdi a aconchegante visão da face da jovem que cobres
Deveras a mais bela peça de porcelana que já vi
Metaforicamente de porcelana, é claro...
E em noites passadas em branco, perdidas no pensamento, concluí:
Assim como as plantas vulgares se alimentam de dióxido de carbono
Transformando este em oxigénio
Tu alimentas-te da alma humana, seduzindo-a com os teus encantos
E devolves esta ao seu portador, com uma maldição anexada...
A maldição de não te conseguir esquecer
Nunca...
E a Lua nunca mais tomou conta do céu...
E a mistura da cor tuas pétalas com a escuridão
Tornaram-te invisível...
Eternamente...
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